Morar fora, imigração e saúde mental.

Atualmente moro em Portugal, sou membro efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses OPP, desde 2016 atendo brasileiras(os/es) imigrantes.

Imigrar na prática é desafiador, devemos cuidar do nosso processo interno, pois viver em outro país nos permite nos conectarmos com outras partes de nós mesmos, descobrindo desejos, riquezas, possibilidades, planos…

Morar fora é um tempo rico de descobertas que pode nos surpreender. Nos surpreender no sentido pleno da palavra. Entretanto, essa surpresa pode ser percebida como leve, boa, bonita, estável, mas também como árdua, estranha, pesada, desafiadora. Até porque imigrar não é só metamorfose, se liberar e se renovar.

Portanto, tudo aquilo que pesa no nosso coração, nossas angústias, dúvidas e assuntos não resolvidos, não ficam no Brasil como num passe de mágica. Pelo contrário: Num novo ambiente, isso pode ser ainda mais acentuado, surgindo de forma ainda mais intensa e dolorosa. Diante desse intenso processo, nos resta olhar para um único lugar: Dentro. Olhar para aquela pessoa que já não é mais a mesma, mas também não é alguém 100% diferente.

Depois de um tempo fora, já se obtém sinais muito visíveis da nova pessoa que somos: Novas expressões, um novo idioma, uma nova tatuagem, um estranhamento ao perceber com novos olhares partes da nossa cultura primária que agora nos parecem estranhas, excêntricas, estrangeiras… Surpreendentemente nos reconhecemos como Estrangeiras(os)? Elementos do meu próprio país? Então… Quem sou eu agora? Onde me situo entre essa nova liberdade e esse “estrangeirismo” percebido?

Todas essas questões são consideradas no acompanhamento psicológico para você que mora fora do Brasil.